quarta-feira, 30 de abril de 2014

O maior tesouro


Diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia e pensava desta forma: 

"Se tivesse uma casa grande, seria feliz". 
"Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz". 
“Se tivesse uma companheira perfeita, seria feliz". 

Nesse momento, tropeçou com uma sacolinha cheia de pedras e começou a jogá-las, uma a uma, no mar, a cada vez que dizia: “seria feliz se tivesse…” 

Assim o fez até que a sacolinha ficou com uma só pedrinha, que decidiu guardá-la. 

Ao chegar em casa, descobriu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso e todos eles tinha jogado no mar. 

E você imaginou quantos diamantes jogou no mar, sem parar para pensar? 

Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por estar esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nossas mãos? 

Olhe ao seu redor e, se você parar para observar, perceberá quão afortunado você é. 

Muito perto de ti está a tua felicidade. 

Observe a pedrinha, que pode ser um diamante valioso… 

Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso e insubstituível. Depende de ti aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo. 


- Autor desconhecido



terça-feira, 29 de abril de 2014

Desequilíbrio energético e as doenças psicossomáticas



O ser humano é um conjunto harmônico de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e períspirito, emoção e corpo físico, que interagem em fluxo contínuo uns sobre os outros. Qualquer ocorrência em um deles reflete no seu correspondente, gerando, quando for uma ação perturbadora, distúrbios, que se transformam em doenças, e que, para serem retificadas, exigem renovação e reequilíbrio do fulcro onde se originaram. Desse modo, são muitos os efeitos perniciosos no corpo causados pelos pensamentos em desalinho, pelas emoções desgovernadas, pela mente pessimista e inquieta na aparelhagem celular. 

Conscientizar-se desta realidade é despertar para valores ocultos que, não interpretados, continuam produzindo desequilíbrios e somatizando doenças, como mecanismos degenerativos na organização somática. A harmonia entre Espírito e a matéria deve viger a favor do equilíbrio do ser, que desperta para as atribuições e finalidades elevadas da vida, dando rumo correto e edificante à sua reencarnação.

As enfermidades, sobre outro aspecto, podem ser consideradas como processos de purificação, especialmente aquelas de grande porte, as que se alongam quase que indefinidamente, tornando-se mecanismos de sublimação das energias grosseiras que constituem o ser nas suas fases iniciais da evolução. É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse auto-descobrimento faculta uma tranquila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.

De imediato, apresenta-se a necessidade de levar em conta a escala de valores existenciais, a fim de discernir quais aqueles que merecem primazia e os que são secundários, de modo a aplicar o tempo com sabedoria e conseguir resultados favoráveis na construção do futuro.

Essa seleção de objetivos dilui a ilusão – miragem perturbadora elaborada pelo ego – e estimula o emergir do Si, que rompe as camadas do inconsciente (ignorância da sua existência) para assumir o comando das suas aspirações.

Podemos dizer que o ser, a partir desse momento, passa a criar-se a si mesmo de forma lúcida, desde que, por automatismo, ele o faz através de mecanismos atávicos da Lei de evolução.

O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-se em harmonia no ritmo das finalidades que lhes dizem respeito. O oposto também ocorre, realizando o mesmo percurso, perturbando o equilíbrio e a sua destinação.

Quando a mente elabora conflitos, ressentimentos, ódios que se prolongam, os dardos reagentes, disparados desatrelam as células dos seus automatismos, degeneram, dando origem a tumores de vários tipos, especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.

O intercâmbio de correntes vibratórias (mente-corpo, períspirito-emoções, pensamentos-matéria) é ininterrupto, atendendo aos imperativos da vontade, que os direciona conforme seus conflitos ou aspirações.
O homem é o que acalenta no íntimo. Sua vida mental expressa-se na organização emocional e física, dando surgimento aos estados de equilíbrio como de desarmonia pelos quais se movimenta.

A conscientização da responsabilidade imprime-lhe destino feliz, pelo fato de poder compreender a transitoriedade do percurso carnal, com os olhos fitos na imortalidade de onde procede, em que se encontra e para a qual ruma. Ninguém jamais sai da vida.

Adequando-se à saúde e à harmonia, o pensamento, a mente, o corpo, o períspirito, a matéria e as emoções receberão as cargas vibratórias benfazejas, favorecendo-se com a disposição para os empreendimentos idealistas, libertários e grandiosos, que podem ser conseguidos na Terra graças às dádivas da reencarnação.
Assim, portanto, cada um é o que lhe apraz e pelo que se esforça, não sendo facultado a ninguém o direito de queixas, face ao princípio de que todos os indivíduos dispõem dos mesmos recursos, das mesmas oportunidades, que empregam, segundo seu livre-arbítrio, naquilo que realmente lhes interessa e de onde retiram os proventos para sua própria sustentação.

Jesus referiu-se ao fato, sintetizando, magistralmente, a Sua receita de felicidade, no seguinte pensamento: – A cada um será dado segundo as suas obras. Assim, portanto, como se semeia, da mesma forma se colherá.



- Joanna de Ângelis por Divaldo Franco



segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ser, só ser..


SER, 
 SÓ SER, 
 SE ILUMINAR... 
 RELAXAR A MENTE 
 MEDITAR NA LUZ DA DIVINDADE 
 UNA O CORAÇÃO DO LÓTUS BRILHARÁ 


Viva!

Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo? 



Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo. Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc. Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece. E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males. E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. 

Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos. De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir. Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas. Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair. Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis. 

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso. Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes. Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

domingo, 27 de abril de 2014

Um pouco do Budismo

"O segredo da saúde,mental e corporal,está em não se lamentar pelo passado,não se preocupar com o futuro,nem se adiantar aos problemas,mas,viver sabia e seriamente o presente." 
- Buda -



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pedaços


















Um pedaço de mim reclama tempo para viver, 
outro assume a responsabilidade e quer apenas trabalhar. 
Um pedaço de mim quer viver um grande amor, 
e entrega-se sem medidas, 
o outro tem medo, 
já sofreu decepções e por ele, 
nunca mais me apaixonaria. 
Um pedaço de mim é brincalhão e vive rindo, 
outro é triste, 
tem momentos de puro isolamento. 
Um pedaço de mim quer vencer, 
é pura euforia. 
Outro quer apenas viver, 
deixar a vida me levar... 
Um pedaço de mim sofre com a dor dos outros, 
outro quer que eu cuide apenas das minhas dores, 
que não são poucas, já que vivo em conflito... 
Entre o que eu sou e o que eu gostaria de ser, 
entre o que tenho e aquilo que gostaria de ter,
 e, se um pedaço de mim sente-se satisfeito, 
o outro grita por novidades, 
por consumo, 
por gente, 
por beijos e amores inconstantes. 
Nesse turbilhão, 
acordo todos os dias, 
tentando unir esses dois lados que coexistem em mim, 
e que por mais diferentes que sejam, 
ainda assim, 
só querem mesmo, o melhor para mim. 
Hoje eu junto o ser e o querer, 
o que fui e o que desejo ser, 
para cumprimentar a vida, 
abraçar meus sonhos 
e pedir passagem simplesmente para ser feliz. 


- Paulo Roberto Gaefke


Calma! Relaxe e aproveite tua jornada...

"Diante de alguma dificuldade, se você estiver para desanimar, aqueça os sentidos, revigore a fé, e ouvirá a voz da consciência Dizer: Persevere e vencerá!"




quinta-feira, 24 de abril de 2014

Merkabah


Merkabah é uma energia que, segundo nosso entendimento, não tem dono e não pode ser qualificada. Podemos tentar qualificá-la, assim como alguns o fizeram com a Geometria Sagrada, mas só podemos fazê-lo em relação a generalidades, uma vez que se trata de energia e de substância etérica do Deus Criador. Seu propósito aparente é observar as criações divinas e avaliar para o Criador se aquela consciência específica atingiu o nível prescrito, em quantidade e espécie, que lhe permita ascender a um nível mais elevado de consciência ou dimensão.

O que é a Merkabah, em sua consistência? 

Significativamente ela é constituída pelas inteligências combinadas dos 24 Anciãos, aos quais podemos nos referir como os "Deuses das Mudanças", assim como nove dos Deuses das Mudanças fazem parte do Conselho Crístico. Esses 24 Anciãos não devem ser confundidos com os 24 Anciãos que estão à Mão Direita do Criador e que, por direito, são deuses criadores e podem comandar (assim como o faz o Único Criador) legiões de universos, mas que preferem servir altruisticamente às necessidades do existente Mega-Criador. A Merkabah é destinada a avaliar as formas distintas de consciência e inteligência e, periodicamente, facilitar sua integração ao nível imediatamente superior de consciência, quando for apropriado e aceitável. Este é um processo contínuo em todos os universos, permitindo ao Criador resgatar o que foi criado e que possa ter-se perdido temporariamente. A Merkabah, conforme declarado em vários livros recentemente publicados, pode ser comparada à utilização da Geometria Sagrada, e apesar de seus resultados serem aparentemente exatos e compensadores, envolve um procedimento e uma disciplina muito complicados para as pessoas comuns; portanto, seu objetivo e eficácia podem ser limitados. Presumindo-se que assim seja, o seguinte texto servirá para simplificar o assunto.

Como declarado anteriormente, Merkabah é uma energia sagrada, formada e controlada por uma inteligência superior para identificar em qualquer dimensão aqueles elementos de consciência que já estão prontos para a ascensão. Acredita-se que este processo de ascensão é baseado numa razão de proporção que provavelmente atinge os 33,33%, ou um terço da população atual da Terra. Pesquisas sobre referências a este fenômeno, registradas pelos antigos em seus escritos e memórias, parecem confirmar este percentual e também indicar que, a menos que um terço de qualquer população planetária tenha atingido o prescrito estado de consciência, assim tornando-se qualificada para ascensão, a Merkabah não será ativada. A Merkabah é constituída através de energias exclusivas e pré-determinadas que se movimentam em rotações opostas ou contrárias, isto é, por uma energia no vórtex, girando no sentido horário, e outra no sentido anti-horário, que formam um portal para a dimensão seguinte, através do qual as consciências qualificadas podem elevar-se. Uma explanação mais simplificada é a seguinte: para que possamos nos qualificar, cada um de nós precisa transformar o corpo material (físico) num corpo de luz, que então nos fornecerá automaticamente a chave para a passagem através da Merkabah para o Cinturão de Fótons (a Consciência Crística). Nós precisamos unificar a terceira e a quarta dimensões através da transformação do nosso corpo de luz. 

A Teoria dos Campos Unificados não é nova, na medida em que os Estados Unidos a descobriram na década de 40 e desastradamente brincaram com ela no que ficou conhecido como o Experimento da Filadélfia. Nesse horrendo e vulgarizado experimento, os Estados Unidos desmaterializaram e transportaram um navio da Marinha, das Instalações Navais da Filadélfia para as Instalações Navais de Norfolk, com toda a sua tripulação a bordo, sem que ela tivesse conhecimento e sequer suspeitasse do acontecido. Os resultados que se seguiram, apesar de satisfatórios para o navio, foram totalmente amorais e desastrosos para a tripulação. Um grande percentual de seus membros foi jogado no convés e nas amuradas do navio, presos em alçapões sem a menor possibilidade de conseguir escapar e sem esperança de ajuda de qualquer espécie. Os que não foram lançados nos alçapões e sobreviveram, tornaram-se mentalmente insanos e mais tarde foram internados no Hospital de Administração dos Veteranos para pacientes psiquiátricos. A Teoria dos Campos Unificados, mesmo com sua eventualidade questionável, permitiu então aos Estados Unidos e, mais especificamente à NASA e aos militares, uma passagem para a quarta dimensão. Deste experimento sem precedentes, evoluíram os projetos Montauk e HAARP, nenhum dos quais provou estar atendendo aos melhores interesses da humanidade. Todos esses três projetos, começando com o Experimento da Filadélfia, indicam uma aplicação imprópria e inapropriada de segredos e de energias espirituais e a sua utilização egoísta, unilateral e autoritária. 

Parece ironia o fato de que a Merkabah e a Teoria dos Campos Unificados tenham tanto em comum, pois ambas permitem o acesso a dimensões mais elevadas, apesar de que a Merkabah tem uma natureza estritamente espiritual e a outra uma intenção e um objetivo aparentemente nefastos. No entanto, eu acredito, sem a menor sombra de dúvida, que o acesso à quarta dimensão realizado pelo homem, em função de suas características não espirituais, terá um escopo e uma aplicação limitados, e ao final fracassará, a não ser que o homem aceite direcionar todo esse conhecimento para propósitos altruísticos. Com toda a certeza, apesar de tecnologicamente compatível com a Merkabah, o nível de conscientização e a intenção são enormemente diferentes, e pode-se questionar até que ponto ele terá acesso ao segredo. Utilizando os critérios dos ETs Greys de Zeta Reticuli e outros afins, o governo americano poderia possivelmente acessar esse mundo secreto e evoluído através da inteligência e da tecnologia, mas haveria limitações na sua abrangência e dimensão, devido à falta de espiritualidade. Os Ets Greys fizeram isso e escolheram abandonar sua espiritualidade e humanidade, divorciando-se, portanto, das sagradas qualidades humanas que nos vinculam com o Espírito e o Deus Criador, que são, acima de tudo, amor e perdão

Imagina-se que, na suposição de que o governo do mundo tenha acessado e apreendido até certo ponto a quarta dimensão, seu escopo e desempenho serão limitados a uma dimensão linear, o que impedirá a sua entrada nos aspectos mais elevados da quarta dimensão e do mundo espiritual. Assim isolados, eles existirão num estado de suspensão animada num mundo destituído de amor e de espiritualidade. Honestamente falando, antes eles do que eu! Declarei anteriormente que a Merkabah e o Cinturão de Fótons estão vinculados de maneira muito próxima e divina. Cientificamente o Cinturão de Fótons se refere à Idade de Ouro, ou de 2.000 anos de luz; sua radiação é chamada radiação manásica. Espiritualmente, no entanto, podemos considerar a Idade de Ouro e de luz como sendo representativa da morada do Cristo. Seguindo este pensamento, a radiação manásica é a emanação ou radiação do poder e da presença do Cristo. Assim relacionados, podemos facilmente ver a interconexão entre Merkabah, Cinturão de Fótons e Cristo. O Cinturão de Fótons está numa quarta dimensão de consciência, um grau acima da nossa terceira dimensão e, portanto, não podemos entrar nessa dimensão mais elevada até que tenhamos completo domínio sobre a terceira dimensão.

O instrumento que mede nossa consciência planetária e que determina o percentual da humanidade que está pronto para ascender à Era de Ouro ou de luz, que na verdade é a Consciência Crística, é a Merkabah e os 24 Anciãos que, juntamente com Cristo, determinam e selecionam quais de nós somos elegíveis para a promoção da terceira para a quarta dimensões. Esta consciência coletiva forma o veículo através do qual evoluiremos da quarta para a quinta dimensão. Entretanto, nada disso acontecerá se não fizermos nossa parte, que consiste em transmutar nosso corpo físico em um corpo de luz, assim como o grande Mestre Jesus o fez. Como conseguiremos isso? Infelizmente não será tão fácil, porque temos sido doutrinados erradamente e ensinados por aqueles que nos trouxeram para este planeta com o único propósito de nos controlar e de nos usar. Esses são os povos Wormwood (vermes da madeira), ou os deuses menores, que no seu cuidado para nos controlar e nos usar, criaram para nós um mundo de ilusão e irrealidade. Por conseguinte, tudo o que consideramos ser verdadeiro é pervertido e completamente falso; seu objetivo principal é nos manter confusos, num mundo de esquecimento e ilusão. Por ironia, o objetivo da Merkabah é determinar quais de nós nos apercebemos do fato de que fomos enganados e induzidos a crenças errôneas, e quais dentre nós estão prontos para quebrar as amarras que nos restringem, e declarar: "Basta!". Já participamos por um tempo demasiadamente longo desse jogo de ilusões. Acabou. Agora conhecemos a verdade e é tempo de retornarmos às nossas origens. A longa farsa terminou! Que assim seja! Estamos diante de uma oportunidade agora, mas quantos de nós responderão de maneira favorável?

A Merkabah é de natureza cíclica; ela avalia nossa consciência planetária a cada 26.000 anos (mais precisamente, a cada 10.500 anos, com um intervalo de 4.000 anos de luz entre eles). Observe que tratamos de generalidades. Em 1995 atingimos o pico de um período de 10.500 anos de trevas, de acordo com a NASA e manuscritos bíblicos encontrados em Damasco (a cidade mais antiga do mundo), e encerraremos nosso atual nível de consciência e entraremos na Idade de Ouro, ou Cinturão de Fótons, no ano 2000. A partir do momento em que este texto foi escrito, isto significa que nos restam apenas três anos neste nível de consciência, com a responsabilidade de, mais uma vez, respondermos ao chamado de retorno ao nosso lar ou negarmos e repetirmos o ciclo de 10.500 anos de trevas. Esperemos que nessa próxima oportunidade vejamos o erro de nosso comportamento, que foi baseado em esquecimento, ilusão e engano, e que jamais teve a menor intenção de nos favorecer. Os Grandes Embusteiros, os deuses menores, nos tornaram vítimas. Ainda que sob a ótica mundana e materialista isto parece ser assustador e menos que benigno, não tem uma abrangência e um propósito espirituais que envolvem a Merkabah e provavelmente, creiam ou não, o "Deus Criador". Permitam-me prosseguir um pouco além. Erradamente, a maior parte dos povos da Terra acredita que o Deus Criador é perfeito, estacionário e que não se expande. Se o Deus Criador fosse estacionário e perfeito, não haveria mais criação, o que causaria um estado constante de entropia. Assim, a longo prazo, toda a criação deixaria de existir. Se alguém desejar conhecer um aspecto do Criador, saiba então que se trata do aspecto "E se?". E se eu fizer isto, o que acontecerá? O Criador está vivo e cheio de energia, inteligência e, sim, de curiosidade. E se...? O que acontecerá com esta nova criação?

À medida que caminhamos, tenhamos sempre em mente que tudo o que foi dito tem relação direta ou indireta com o Cinturão de Fótons e a Merkabah, os quais, juntamente com o nosso planeta, você e eu, estão interconectados. Não podemos ficar isolados uns dos outros permanentemente, porque todos somos partes inerentes do plano e da consciência divinos. Reflitamos a respeito da situação da nossa posição planetária no que diz respeito aos outros planetas do sistema solar. Como mencionado anteriormente, nós somos especiais, assim como é especial o nosso papel junto ao Criador e aos outros planetas do sistema solar. Neste momento presente, nós somos o foco principal da atenção divina. Todas as preocupações concernentes à mudança para a Merkabah e o Cinturão de Fótons convergem para o planeta Terra. Todos os outros planetas já atingiram um estado de prontidão e ascensão, e agora todos os olhos se voltam para nós e nossa tardia ascensão, para que possamos integrar a Confederação dos Planetas. Sem a nossa presença, o processo de ascensão e Merkabah não se completará e nem acontecerá. Desde que o centro de tudo depende de nos juntarmos aos outros planetas para assegurar um movimento integrado em direção à Merkabah e ao Cinturão de Fótons, muitos dos eventos citados em profecias não ocorrerão, tais como a mudança do eixo da Terra (como sempre foi o caso no passado), o advento de uma terceira Guerra Mundial, a contínua repressão por parte dos deuses menores para nos aprisionar aqui na Terra, e muitos outros. Por necessidade, tudo isso agora deverá ser controlado e transmutado com o objetivo de assegurar uma promoção bem sucedida deste estado tridimensional para dimensões mais elevadas. Isto, certamente, permite visualizamos outras possibilidades que não são compatíveis com os eventos esperados ou citados em profecias. Faz mais sentido se pensarmos que nós, como sistema solar, estamos completando um ciclo maior que corresponde, como explicado anteriormente, a 208 milhões de anos, e este fato indubitavelmente se torna o arauto de uma mudança de rota. Presumindo-se que tudo isto seja verdade, as tão alardeadas mudanças na Terra, assim como o colapso dos governos, ciência e religião, poderão não acontecer. Ao invés disso, através de um processo espiritual de mudança, todos poderão ser transformados com muito sucesso em elementos superiores de consciência e poderão ser poupados dessas adversidades, mas não contem com isso porque, conforme se sabe, a Lei espiritual de Retribuição ainda está em ação. Como Jesus disse, "Tudo o que semeastes, assim colherás". Só o tempo dirá.

Merkabah 
E isto é o que o Rei Davi queria dizer quando escreveu os Salmos: 
"Ó Senhor, quão variada é tua Obra”! 



Copyright © flordavida.us 
Tradução: Daniele Alvim 
Direitos de tradução garantidos por lei


Tranquilize-se...

"A música nos transporta para um mundo no qual a dor não cessa de existir, mas solta-se e tranquiliza-se..." 
- Marguerite Yourcenar -





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cultive o melhor

"A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição"

- Aristóteles




Sobre Cores no Dia-a-Dia

O Azul



A cor do céu, da água, do planeta Terra e até do infinito, exerce, além destes, outros significados. Considerada a cor da harmonia, tranquilidade e serenidade; o azul, pode estar associado ainda à frieza, monotonia e depressão.

Azul é a cor da realeza (sangue azul) e da aristocracia. É utilizada na decoração dos mais variados espaços, desde escolas até clínicas de reabilitação e hospitais. O azul favorece o exercício intelectual, tranquiliza, diminui a circulação sanguínea, a temperatura corporal e ainda, a pressão arterial; já que é uma cor fria (considerada a mais fria entre os tons frios de azul, verde e violeta).


É a cor ideal para escritórios, ambientes formais e mesmo para quartos de crianças e adolescentes agitados, devido ao seu efeito calmante. A cor também estimula a criatividade, sendo a preferida em grande parte do povo oriental. Porém, quando utilizada em excesso, a cor azul pode trazer sonolência, indicando-se então, seu uso combinado com outras cores.

Na Umbanda, refere-se a Ogum e Iemanjá, podendo variar em algumas regiões. Representa, também, em sua tonalidade mais clara, Santa Sarah de Kali, a padroeira dos ciganos; e na tonalidade mais escura, Nossa Senhora de Aparecida. Entre os signos do Zodíaco, o azul se associa à Aquário, Libra, Sagitário e Peixes. Nos Chakras, atua no Quinto Chakra ou Chakra Laríngeo, sendo indicado para problemas de tireóide, garganta e respiratórios; porém, contra-indicado em períodos de resfriados, tremores de frio, depressão e fadiga. Responde pela verbalização, ou seja, expressão da verdade interior do indivíduo.

Funciona, na Cromoterapia, como analgésico, indicado para infecções acompanhadas de febre, atuando fortemente relacionado ao sistema nervoso central e no sistema muscular. Traz ainda harmonia, paz, é relaxante e combate o egoísmo. Utilize-o em peças de roupas quando se sentir tensionado, sob forte estresse ou ainda, precisando de clareza mental. Já, em pedras preciosas, pode ser encontrado (em tonalidades variadas), principalmente, na Azurita, na Lápis-Lázuli, Ágata (blue lace), Turmalina, Crisocola, entre muitas outras.


Use Azul !





terça-feira, 22 de abril de 2014

Explicações Bíblicas: A identidade da Besta

"Bem-Aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo."

- Apocalipse 1:3 




Símbolos e Significados: A estrela de Davi


Também conhecida como "Escudo de Davi", a Estrela de Davi é um símbolo de caráter fortemente religioso e que se faz presente em várias manifestações religiosas e culturais, maioritariamente usado por crentes no judaísmo. A estrela, também conhecida por alguns como "Selo de Salomão", recebe este título em memória ao filho de Davi, considerado o rei mais rico e sábio de Israel.


Em hebraico, é conhecida como "Magen David", que significa "Escudo de Davi", sendo um símbolo de realeza, utilizado por vários guerreiros do povo de Israel em seus escudos durante as batalhas. Para estes - o povo judeu e israelitas - é um símbolo de grande valor, já que aparece na bandeira do país; embora não seja adotado por todos os israelitas, uma vez que nem todos seguem o judaísmo. Para alguns, o símbolo representa um estado sionista, o que não corresponde às crenças e ideologias de uma parte do país.


Para historiadores, o símbolo composto de dois triângulos, recebia tal forma devido ao alfabeto hebraico utilizado na época do Rei Davi. O nome "Davi" era constituído por três letras: "Dalet", "Vav" e "Dalet", sendo Dalet uma letra em formato triangular. Desta forma, a Estrela de Davi é formada pela sobreposição de duas das três letras do nome Davi. Outros pensadores relacionam a Estrela com a representação do domínio celestial sobre os quatro ventos e o que está acima e abaixo da Terra.

Para alguns autores os triângulos representam o homem e suas três vertentes: corpo, alma e espírito; e outro, remete para Deus, e seus vértices expressam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo). A Cabala, por exemplo, indica a Estrela de Davi como o confronto do bem contra o mal, do espiritual contra o físico. Além disso, seus doze lados fazem menção às doze tribos de Israel, podendo representá-las. Durante o holocausto, os nazistas identificavam os judeus que se encontravam no campo de concentração, devido a representação da Estrela de Davi em suas roupas.

Atualmente, a Estrela de Davi também é comumente usada em tatuagens. Por ser um símbolo representativo dos soldados do Exército de Davi, pessoas que fazem esta tatuagem, estão em busca de um amuleto protetor para as batalhas de sua vida, demonstrando coragem para enfrentar com um guerreiro, frente a frente, as dificuldades de sua jornada, afim de alcançar objetivos específicos (seja de caráter profissional, sentimental, emocional, físico ou mesmo, espiritual.

Na Umbanda, cada vértice da Estrela, aparece relacionada a uma Entidade específica. Para os maçons, segundo Nicolas Aslan, a estrela é a representação visual de uma classe de símbolos da maçonaria - relacionados com Deus, a Criação e a Perfeição. No estudo dos Chakras, refere-se ao coração, também conhecido como o "chakra ponte", pois faz a conexão dos chakras primários (1, 2 e 3) com os chakras transcedentais (5, 6 e 7) onde se ancora e expande uma energia de amor incondicional para todo o planeta. A Estrela também faz uma conexão com a Pirâmide de Queóps (a maior e mais antiga de Gizé), pois energicamente há uma estrela de 6 pontas em seu topo.

Se tratando do "outro lado da moeda", algumas pessoas também relacionam a Estrela de Davi ao ocultismo, porém não há provas de tal origem. Há uma certa confusão entre o hexágono, localizado ao centro / interior da Estrela de Davi, com o Pentagrama - uma estrela de cinco pontas que apresenta em seu interior um pentágono com vários significados esotérico e que, quando apontada para cima com duas pontas, tem relação com o Satanismo. De qualquer forma, ela sofre forte representação e é representado como um dos mais poderosos símbolos para feiticeiros, bruxos, magos, em todas as formas de magia, feitiçaria, ocultismo e previsões astrológicas. É utilizada, no sentido mais amplo, como Hexagrama, e serve - basicamente - para conjurar demônios a esta dimensão, para comunicação com os mortos, para descrever o ato sexual ( cada uma das pontas dos triângulos representam as forças ativas e passivas na natureza, e o todo, a união destas ) e, ainda, como representação de deuses como Brahma, Vishnu e Shiva.

Para o Espiritismo, a estrela representa a união do Espiritual com o Material. Há, ainda, um significado bíblico na Estrela de Davi, pois muitos afirmam que ela era um símbolo do próprio Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo, quando é citada em uma passagem do Apocalipse ( 22:16 ): 

"Eu, Jesus, enviei o meu anjo para atestar-vos estas coisas a respeito das igrejas. Eu sou a raiz e o descendente de Davi, a estrela radiosa da manhã"



segunda-feira, 21 de abril de 2014

Os segredos da Capela Sistina


Na etiqueta “enigmas da antiguidade” temos tratado de variados casos de civilizações antigas, sem nunca afirmar que somos detentores da verdade absoluta e será nessa linha de pensamento que abordamos "os segredos da Capela Sistina", de acordo com o livro com o mesmo título, de Roy Doliner e Benjamin Blech e de uma entrevista dada pelos autores à revista de história Clio. Entender Roma é perceber que ela é uma cidade repleta de segredos, com mais de três milénios de mistérios, e não há nenhuma parte de Roma que encerre mais segredos do que o Vaticano. O próprio nome “Vaticano” tem uma origem surpreendente: há mais de 28 séculos, antes mesmo da lendária fundação de Roma por Rómulo e Remo, vivia naquele local um povo chamado Etrusco. Tal como os hebreus e os romanos, os etruscos não enterravam os seus mortos dentro dos muros das cidades. Por este motivo, construíram um cemitério enorme numa encosta de uma colina local onde, mais tarde, se viria a edificar a cidade de Roma. O nome da deusa etrusca pagã que protegia a necrópole, ou cidade dos mortos, era Vatika.

Vatika tem vários outros significados em etrusco antigo. Era o nome de uma uva de gosto amargo que crescia naturalmente na encosta, usada pelos camponeses no fabrico do vinho que adquiriu a má fama de ser um dos piores e mais ordinários do mundo antigo. Era ainda o nome de uma erva estranha que crescia naturalmente na encosta do cemitério e que, quando ingerida, provocava alucinações e delírios. Mais tarde, nesse local foi construído o circo de Nero, o imperador louco. Foi neste circo, segundo a tradição da igreja, que São Pedro foi executado, crucificado de cabeça para baixo, e enterrado numa área próxima. Este local tornou-se o lugar de visitação de um número tão grande de peregrinos que o imperador Constantino, ao converter-se parcialmente ao cristianismo, fundou um santuário na zona que os romanos continuaram a chamar de colina Vaticana. Um século depois de Constantino, os papas começaram também a erguer neste lugar o palácio papal. 

Coincidências ou um lugar de atração negativa? O que significa “Vaticano” nos dias de hoje? 

Pode referir-se à Basílica de São Pedro; ao Palácio Apostólico dos Papas, com mais de 14 mil aposentos; ao complexo dos Museus Vaticanos com mais de 2 mil salas; à sede da hierarquia político-religiosa de cerca de um quinto da população humana; ao menor país do mundo, a Cidade do Vaticano. É de fato estranho se pensarmos que o menor país do planeta, com uma área aproximada de um oitavo do Central Park de Nova York, abriga a maior e mais valiosa igreja do mundo, o maior e mais sumptuoso palácio do planeta e um dos maiores museus da Terra.

O local mais fascinante de todos, porém, está provavelmente situado dentro dos muros da antiga fortaleza da Cidade do Vaticano, cujo significado simbólico quase todos os visitantes ignoram. A sua importância teológica pode ser melhor compreendida se percebermos que esta realização católica era algo expressamente proibido aos judeus. No Talmude, é claramente proibido a qualquer pessoa construir uma réplica, em tamanho real, do Templo Sagrado de Jerusalém, noutro local que não seja o próprio monte do Templo. Esta lei foi decretada para impedir sangrentos cismas religiosos, como os que aconteceram mais tarde no Cristianismo (entre o catolicismo romano, a ortodoxia oriental e grega e o protestantismo) e, no Islão, entre sunitas e xiitas. Porém, há seis séculos, um arquiteto católico que não estava sob o jugo das leis talmúdicas fez exatamente o que era proibido: desenhou e construiu uma incrível cópia em tamanho real do compartimento mais recôndito do Templo Sagrado do rei Salomão. Para chegar às medidas e proporções exatas, o arquitecto estudou os escritos do profeta Samuel da Bíblia Hebraica, nos quais ele descreve o primeiro Templo. Esta reprodução maciça do heichal, a parte posterior do primeiro Templo, ainda existe hoje e é chamada Capela Sistina, sendo o destino de mais de quatro milhões de visitantes por ano que vêm para ver os incríveis afrescos de Miguel Ângelo e reverenciar um local sagrado do cristianismo. 

Terá sido de propósito a construção desta capela? 

É que antes da criação desta réplica do heichal do Templo Sagrado de Jerusalém existiu, durante a Idade Média, uma outra capela exatamente no mesmo local. Era chamada Capela Palatina, ou Capela Palaciana. A justificação para a nova construção foi a seguinte: como todos os governantes europeus tinham suas próprias capelas reais para rezar em privado, julgou-se necessário que o Papa também tivesse uma em seu próprio palácio. O objetivo era mostrar o poder da Igreja que tinha de ser visto como maior que o de qualquer soberano secular. A Igreja estava determinada a provar que era o novo poder reinante na Europa e esperava espalhar a cristandade, ou seja, o império do cristianismo, por todo o globo. Esta capela foi projetada para ser um indício da glória e do triunfo futuros, e por isso o Papa desejava que a sua opulência ofuscasse todas as outras capelas reais da Terra. Além da magnífica capela Palatina, existia também a Niccolina, uma pequena capela particular estabelecida pelo papa Nicolau V, em 1450, decorada pelo grande pintor renascentista Frei Angelico. Esta é uma pequena sala numa das partes mais antigas do Palácio Papal, com a capacidade de abrigar o Papa e alguns de seus assessores pessoais. 

Voltemos á história da construção da Capela Sistina...

A história tem início com o pontífice Sisto IV que desejou que a capela fosse ainda maior e mais rica que a Capela Palatina, com a única finalidade do seu nome vir a ser recordado como Papa. O nome de batismo de Sisto era Francesco della Rovere. Nascido numa família humilde do noroeste da Itália, numa cidade próxima a Gênova, o sacerdócio foi o seu caminho natural, pois quando jovem tinha inclinação intelectual, mas nenhum dinheiro para frequentar uma universidade. Tornou-se monge franciscano e aos poucos galgou os degraus da escada administrativa e educacional da Igreja, e por fim chegou a ser cardeal em Roma, no ano de 1467. Foi eleito Papa, sem muito alarde, por um conclave de apenas 18 cardeais e adotou o nome de Sisto IV.

Quando o papa Sisto IV iniciou seu reinado em 1471, a Capela Palatina corria o risco de desmoronar. Era uma construção pesada, assente em um local perigoso, o solo mole do antigo cemitério etrusco da encosta da colina Vaticana. Curiosamente, esta situação simbolizava perfeitamente a crise da própria igreja quando Sisto assumiu o poder pois, apenas 18 anos antes, Constantinopla caíra nas mãos dos muçulmanos, marcando a morte do Império Cristão Bizantino. Muitos temiam que Roma pudesse sofrer o mesmo destino de Constantinopla.

Apesar de todas estas ameaças à existência do cristianismo, Sisto IV gastou grandes quantidades do ouro do Vaticano na revitalização dos esplendores de Roma, reconstruindo igrejas, pontes, ruas, fundando a Biblioteca Vaticana e começando uma coleção de arte que se tornaria no Museu Capitolino, hoje o mais antigo do mundo em funcionamento. O seu projeto mais famoso, porém, foi a reconstrução da Capela Palatina. Há muito sobre a história da Capela Sistina que parece obra do destino. Segundo as fontes mais confiáveis, o trabalho de renovação da capela teve início em 1475. Neste mesmo ano, na cidade toscana de Caprese, nascia Michelangelo Buonarroti, ou Miguel Ângelo. Seus destinos unir-se-iam ainda mais fortemente uns anos mais tarde. O papa Sisto IV decidiu não apenas reconstruir a capela papal decadente, mas aumentá-la e torná-la mais sumptuosa pois, como já dissemos, desejava que todos recordassem a sua passagem pela cadeira de S. Pedro. Para isso contratou um jovem arquiteto florentino de nome Bartolomeo (“Baccio”) Pontelli. A especialidade de Pontelli era a construção e o reforço de fortalezas. Isto era especialmente importante para Sisto IV, pois o pontífice tinha tanto medo dos muçulmanos turcos quanto das turbas católicas de Roma. Foi então desenhado o projeto de uma capela enorme, maior que a maioria das igrejas, com um bastião de fortaleza no topo para a defesa do Vaticano.

Talvez nunca saibamos ao certo de quem foi a ideia de construir a Capela Sistina como uma cópia do Templo Sagrado dos judeus, mas Sisto IV, instruído nas Escrituras, conhecia as dimensões exatas, encontradas nos escritos sobre o profeta Samuel no segundo Livro dos Reis. Com isto em mente, talvez se tenha sentido ansioso para dar expressão concreta ao conceito teológico de “sucessionismo”, ideia que significa que uma fé pode substituir outra anterior que deixou de ter efeito. A crença, segundo o sucessionismo, era a de que as filosofias pagãs greco-romanas foram substituídas pelo judaísmo que, por sua vez, fora superado pela Igreja Católica, a fé verdadeira que invalidava todas as outras. 

O Vaticano pregava que os Judeus, por terem morto Jesus e rejeitado os seus ensinamentos, foram punidos com a perda de seu Templo Sagrado, da cidade de Jerusalém e também da sua terra natal. Além disso, teriam sido condenados a vaguear pela Terra para sempre, como um alerta divino a todos que se recusassem a obedecer a Igreja. ( Este ensinamento foi rejeitado e proibido categoricamente no Segundo Concílio do Vaticano de 1962). Independentemente de quem teve a ideia, a nova Capela Palaciana foi elaborada para substituir o antigo templo judeu, na qualidade de novo Templo Sagrado da Nova Jerusalém que, a partir de então, seria a cidade de Roma, a capital do cristianismo. Suas medidas são 40,93 metros de comprimento por 13,41 de largura e 20,70 de altura, exatamente como as da seção posterior retangular e longa do primeiro Templo Sagrado, completado pelo rei Salomão. Um fato ainda mais notável que a maioria dos visitantes não percebe, é que em conformidade com a intenção de reproduzir o local sagrado que existia na antiga Jerusalém, o santuário foi construído em dois níveis. 

A metade ocidental, que abriga o altar e a área particular destinada ao papa e seu séquito, tem cerca de 15 centímetros a mais de altura do que a metade oriental, originalmente reservada aos espectadores comuns. Esta secção mais alta corresponde ao recesso mais recôndito do Templo Sagrado original, o Kodesh Kodoshim, o Santo dos Santos, onde apenas o sumo sacerdote podia entrar, e somente uma vez ao ano, no Yom Kippur, o Dia da Expiação ou Dia do Perdão. O sumo sacerdote passava simbolicamente pela parochet, a cortina espessa e decorada de linho torcido, chamada pelos evangelhos de véu, para fazer as orações de grande importância pelo perdão e pela redenção do povo. Para mostrar exatamente onde este véu era localizado no Templo de Jerusalém, foi construída na capela do Vaticano uma enorme parede divisória de mármore branco em forma de grade, com sete “chamas” de mármore no topo, para corresponder à menorá sagrada, o candelabro de sete braços que iluminava o santuário judeu nos templos bíblicos.

Coincidência ou intenção ? Mas há mais!


O teto original da capela Sistina era ilustrado com um tema simples, comum em muitas sinagogas: um céu noturno pontilhado de estrelas douradas. A cena era uma alusão ao sonho que Jacob teve enquanto dormia sob as estrelas (Génesis 28: 11-19), logo após fugir da casa de seu pai. Ao fazer esta referência simbólica à história do sonho de Jacob, o teto expressava outra ligação com o Templo Sagrado de Jerusalém. Para tornar a capela ainda mais singular, foi dada grande atenção também ao seu piso. Trata-se de uma obra-prima impressionante que geralmente passa despercebida aos olhos do visitante comum, pois a sua visão é encoberta pelos pés de milhares de turistas e ignorada por causa dos afrescos do teto, mundialmente conhecidos. O piso é uma retoma, no século XV, do estilo medieval de mosaico cosmatesco ( A família Cosmati desenvolveu sua técnica inconfundível em Roma nos séculos XII e XIII). Este estilo decorativo era uma criação imaginativa de formas geométricas e de espirais, em peças cortadas de mármore e vidro colorido, muitas delas retiradas de templos e palácios romanos pagãos. Há exemplos maravilhosos destas decorações e assoalhos cosmatescos autênticos em alguns dos conventos e das igrejas e basílicas mais antigas e belas em Roma e no sul da Itália. É de consenso geral que estes assoalhos muito especiais eram apreciados não apenas por sua beleza e riqueza de cores e materiais, que incluíam o pórfiro roxo, de valor inestimável, mas também por sua espiritualidade esotérica. Muito já se escreveu sobre estes mosaicos, e disso já se ocuparam teólogos, arquitetos e até mesmo matemáticos. Em parte, os mosaicos conferem a qualquer santuário uma sensação de espaço, ritmo e fluidez de movimento mas também servem como instrumento de meditação, de maneira semelhante aos labirintos comuns nas igrejas da Idade Média.

O desenho do piso da Sistina foi elaborado para servir a quatro funções principais. Primeiro, embeleza a capela com uma graça toda especial; Segundo, ajuda arquitetonicamente a definir o espaço, ao mesmo tempo em que o alonga e dá a sensação de fluidez de movimento. Em terceiro lugar, “dirige” os movimentos e a ordem dos ritos durante uma missa da corte papal, mostrando onde o papa deve se ajoelhar, onde a procissão deve parar durante o canto de certos salmos e hinos, onde os celebrantes do serviço religioso devem ficar, onde o incenso deve ser colocado, entre outras coisas. Por fim, a função menos conhecida de todas é de instrumento de meditação cabalística, que mais uma vez liga a capela às fontes judaicas antigas. Dentro dela, há uma gama variada de símbolos místicos: as esferas da Árvore da Vida, os caminhos da alma, as quatro camadas do Universo e os triângulos de Filo de Alexandria.

Cabala (ou Kabbalahsignifica, literalmente, em hebraico “aquilo que se recebe”, e refere-se às tradições místicas que compreendem os segredos da Torá, as verdades esotéricas que revelam o conhecimento mais profundo do mundo, da humanidade e do Todo-Poderoso. Filo era um místico judeu de Alexandria, no Egito, que escreveu dissertações sobre a Cabala no século I da era cristã. Ele é normalmente considerado o elo central entre a filosofia grega, o judaísmo e o misticismo cristão. Seus triângulos apontam para cima ou para baixo para mostrar o fluxo de energia entre a ação e a recepção, o masculino e o feminino, Deus e a humanidade, o mundo inferior e o superior.

Uma outra ligação com o templo judeu é o facto notável de que o Selo de Salomão é um símbolo recorrente nos pisos cosmatescos, e encontrado nos desenhos do piso da Capela Sistina. Este símbolo era considerado a chave para a sabedoria esotérica antiga dos judeus. O selo, composto de uma combinação dos dois triângulos de Filo sobrepostos, apontando para cima e para baixo, é chamado hoje de Estrela de David. A estrela é praticamente um emblema universal do judaísmo, e foi escolhida para ser a figura central da bandeira do estado moderno de Israel. Porém, no final do século XV, ainda não era um símbolo representativo do povo judeu, mas de seu conhecimento místico arcaico.

O entendimento do significado mais profundo do selo enquanto parte da Capela Sistina requer uma contextualização. A evidência arqueológica mais antiga do uso judeu deste símbolo é a de uma inscrição atribuída a Josué ben Asayahu no final do século VII a.C. A lenda por detrás desta associação com o rei Salomão – e daí o seu outro nome, Selo de Salomão – é bastante fantasiosa e muito provavelmente falsa. Nas lendas medievais judaicas, muçulmanas e cristãs, assim como em um dos contos das Mil e Uma Noites, o Selo de Salomão, com seu formato hexagonal, era um anel-sinete mágico que supostamente pertencera ao rei e que lhe concedia o poder sobre os demônios (ou jinni), ou de falar com os animais. Segundo alguns pesquisadores, a razão pela qual este símbolo é mais comumente atribuído ao rei David é porque o hexagrama representa a carga astrológica da hora do nascimento de David ou de sua unção como rei. Porém, o significado mais profundo e certamente o mais correto é a interpretação mística que o associa ao sete, o número sagrado, com suas seis pontas ao redor de seu centro.

O número sete tem uma importância religiosa especial no judaísmo. Na Criação, temos os seis dias seguidos do sétimo, o Sabát, o dia de descanso declarado santo por Deus e dotado de uma bênção singular. Todo o sétimo ano é um ano sabático, no qual a terra não pode ser cultivada, e após sete ciclos de sete anos, o ano Jubileu traz liberdade aos que tinham sido vendidos como escravos e aos que se tornaram escravos por causa de dívidas, e o retorno das propriedades aos seus donos originais. Porém, o facto mais importante de todos para a compreensão do significado do uso do número sete nos mosaicos do chão da Capela Sistina é a sua ligação com a menorá do antigo Templo, cujas sete lâmpadas de óleo se apóiam em três braços que saem de cada lado de uma haste central. Já foi sugerido que a Estrela de David se tornou um símbolo padrão nas sinagogas justamente por ser elaborada segundo o esquema 3+3+1: um triângulo para cima, um para baixo e o centro; e isto corresponde precisamente à estrutura da menorá.

Entretanto, graças a artistas, como os da família Cosmati e Michelangelo, o simbolismo judeu continuaria a ser conhecido cada vez mais, por meio de todas as suas obras mais famosas. O segredo mais estranho da capela mais católica do mundo é que o mosaico gigante de seu chão está repleto de Estrelas de David.

— AS APARÊNCIAS ENGANAM nos afrescos originais do século XV. 

A atração principal da Capela Sistina , porém, não é nem o seu chão nem o seu teto, mas as suas paredes. Partindo da parede frontal do altar, começam duas séries de painéis – uma sobre a vida de Moisés e outra sobre a de Jesus, duas histórias bíblicas contadas de maneira semelhante ao formato de histórias em quadrinhos.

Para pintar tantos afrescos de execução tão trabalhosa, foi trazida uma equipe formada pelos principais pintores de afrescos do século XV. Se quisermos ser mais precisos, diríamos que a equipe foi enviada. É importante saber disso por causa de quem os enviou, ou seja, Lorenzo de Medici, o homem mais rico de Florença, o mesmo homem que mais tarde descobriria Miguel Ânglo e o criaria como um de seus filhos. O papa Sisto IV odiava Lorenzo e sua família, e lutara contra eles durante muitos anos. Sisto desejava tomar o controle de Florença, capital do livre-pensamento, e de grande riqueza, para que pudesse então assumir o controle de toda a Itália central. Em 1478, o papa tentou eliminar Lorenzo e todo o clã dos Medici de uma vez por todas, planeando assassinar Lorenzo e seu irmão Giuliano, na Catedral de Florença, em frente ao altar principal, durante a missa de Páscoa. O elemento mais blasfemo do plano era o sinal escolhido para marcar o momento da matança: a elevação da hóstia. Até mesmo assassinos profissionais de sangue frio recusaram este trabalho, e o papa teve de contar com a ajuda de um padre e do arcebispo de Pisa. Estes dois trataram dos detalhes juntamente com Girolamo Riario, o sobrinho mais corrupto de Sisto. O papa se recusou a ouvir os pormenores, dizendo de maneira evasiva: “Façam o que for necessário, contanto que ninguém seja morto”. Entretanto, ele ordenou ao seu líder militar Federico da Montefeltro, o duque de Urbino, que reunisse 600 soldados nas colinas ao redor de Florença e esperasse pelo sinal da morte de Lorenzo. O ataque vergonhoso seguiu conforme o planeado... até certo ponto. Giuliano de Medici morreu no local, ferido com 19 punhaladas, mas Lorenzo, embora ferido gravemente, conseguiu escapar por um túnel secreto e sobreviveu. O sinal para a invasão de Florença nunca foi dado. Os florentinos enfurecidos, ao invés de se levantar contra o clã Medici, como Sisto IV esperava, assassinaram os conspiradores. Foi necessário que o próprio Lorenzo intercedesse pessoalmente para que os cidadãos não matassem o cardeal Raffaele Riario, outro sobrinho do papa que não tivera nenhum envolvimento no golpe. Dois anos mais tarde, o papa cedeu e o Vaticano e Florença declararam uma trégua. Foi exatamente nesta ocasião que a nova capela estava pronta para ser redecorada.

Por que razão Lorenzo enviou então os seus pintores mais talentosos para decorar a capela, glorificando o homem que matara o seu irmão e tentara também assassiná-lo? 

Segundo as fontes oficiais, este gesto foi uma “oferta de paz”, um ato de perdão e reconciliação. Porém, a explicação oficial é talvez outra e é essencial para se entenderem as mensagens dos afrescos, de conteúdo nem um pouco conciliatório. Lorenzo de fato enviou a elite artística: Sandro Botticelli, Cosimo Rosselli, Domenico Ghirlandaio, que mais tarde seria professor de Michelangelo por um breve período, e Perugino, pintor da Umbria, que posteriormente seria mestre de Rafael. Além de ter de revestir todas as quatro paredes da capela com as séries de painéis sobre a vida de Moisés e a de Jesus, eles foram encarregados de acrescentar uma faixa superior de pinturas retratando os primeiros trinta papas e também um grande afresco da Assunção da Virgem Maria ao Céu na parede frontal do altar, entre as duas janelas. Com tantos afrescos a executar, a equipe de artistas posteriormente trouxe Pinturicchio, Luca Signorelli, Biagio d’Antonio e alguns assistentes. Todos eles eram florentinos orgulhosos, com exceção de Perugino e seu pupilo Pinturicchio.

O papa planejara o seu próprio desenho com várias camadas de simbolismo para a capela. Este tinha o objetivo de ilustrar o sucessionismo para o mundo, como já afirmamos, provando que a Igreja era a herdeira legítima do monoteísmo, por substituir o judaísmo. Para atingir este intento, cada painel da história de Moisés foi emparelhado com um da história de Jesus. A série de painéis de afrescos da parte norte narra a vida de Jesus, da esquerda para a direita, na ordem cristã. A série da parte sul conta a história de Moisés, mas da direita para a esquerda, na ordem hebraica. Esta disposição resultou em oito “pares”:

A descoberta de Moisés bebê no Nilo - O nascimento de Jesus na manjedoura
A circuncisão do filho de Moisés - O batismo de Jesus
A ira de Moisés e sua fuga do Egito - As tentações de Jesus
A separação das águas do mar Vermelho - O milagre de Jesus caminhando sobre as águas
Moisés no monte Sinai - O sermão da montanha de Jesus
A revolta de Coré - Jesus entregando as chaves a Pedro
O último discurso e morte de Moisés - A última ceia de Jesus
Anjos defendendo o túmulo de Moisés - Jesus ressurgido do túmulo

Algumas das “ligações” requerem um esforço de imaginação, mas a ideia era demonstrar que a vida de Moisés serviu apenas para prenunciar a vida de Jesus.

Um outro objetivo do papa era promover o "culto da Virgem Maria". Sisto IV queria dedicar a capela à Assunção de Maria ao Céu, celebrada todos os anos no calendário católico no dia 15 de Agosto. Por este motivo, Perugino pintou o afresco gigante da subida de Maria ao Céu na parede do altar, retratando o próprio papa Sisto IV ajoelhado diante dela. O último desejo do papa – e provavelmente o mais caro ao seu coração – era glorificar e solidificar a sua própria autoridade suprema e a de sua família Rovère. O papado ainda se refazia de séculos de cismas, escândalos, antipapas, intrigas e assassinatos. Havia apenas cinquenta anos que a corte pontifícia retornara a Roma, após o assim chamado “exílio babilónico” dos papas em Avignon, na França. O papa Sisto estava ansioso para demonstrar não só a supremacia do cristianismo sobre o judaísmo e da autoridade divina dos papas sobre o mundo cristão, como também a sua superioridade pessoal sobre todos os papas que o precederam. Foi por esta razão que, por sua ordem, Aarão, o primeiro sumo sacerdote dos judeus, e Pedro, o primeiro papa, foram vestidos de roupas azuis e douradas, as cores heráldicas da família della Rovere. É por isso também que a capela está repleta de desenhos de carvalhos e bolotas em todos os cantos: “rovere” significa “carvalho”, e esta árvore é o símbolo do brasão da família. Pelo mesmo motivo, Sisto também colocou o seu próprio retrato acima da série de pinturas dos primeiros trinta papas, bem no centro da parede frontal, junto à Virgem Maria no Céu.

Com isto em mente, voltemos à nossa questão: por que Lorenzo enviou os seus melhores artistas a Roma para executar este trabalho de auto-engrandecimento do homem que tramara contra ele e sua família? 

Conforme alguém demonstrou, a resposta é simples: para sabotar a amada capela de Sisto IV.

Muito provavelmente, foi Botticelli o agitador e coordenador do grupo do projeto de pintura dos afrescos. Os textos oficiais sobre a Capela Sistina apontam Perugino como o líder, mas uma análise rápida demonstra que ele – o único que não era de Florença – não fazia parte da trama. Seu estilo e esquema de cores são completamente diferentes de todos os outros painéis, e o seu simbolismo não contém nenhuma mensagem antipapal; ao passo que, por toda a capela, os outros artistas parecem livres para dar vazão às suas críticas. Cosimo Rosselli tinha um cachorrinho branco que se tornou o mascote dos artistas da Toscana. Não sabemos se permitiam que o cachorro brincasse dentro da capela enquanto os pintores trabalhavam, mas podemos vê-lo fazendo travessuras em todos os painéis de afrescos, exceto os de Perugino, da Umbria. Na Última Ceia, ele aparece saltando junto aos pés de seu dono. No afresco Adoração do Bezerro de Ouro, ele parece na verdade estar saindo do painel e entrando na capela.

Temos que admitir que a presença de um cachorro no santuário não é um grande insulto, e não é mais que uma possível impureza ritual. Porém, os florentinos inseriram imagens bem mais fortes em seus trabalhos para seu ajuste de contas com o papa. Botticelli era quem tinha o maior ressentimento. Após a execução dos conspiradores que atacaram os irmãos de’Medici, Botticelli fizera um afresco mostrando seus cadáveres pendurados na catedral para exibição pública. Esta pintura continha legendas sarcásticas atribuídas ao próprio Lorenzo de Medici. Como parte do tratado de paz oficial entre o Vaticano e Florença em 1480, Sisto insistiu para que este afresco fosse totalmente destruído. Botticelli certamente não estava inclinado a esquecer ou perdoar isso. Por esta razão, em seu painel da Fuga de Moisés do Egito, ele inseriu um carvalho – o símbolo da família della Rovere – acima das cabeças dos arruaceiros pagãos que Moisés afugenta. Perto dos carneiros inocentes e da visão sagrada da Sarça Ardente, colocou uma laranjeira com um cesto de laranjas, o símbolo da família florentina Medici. Na Revolta de Coré, Botticelli vestiu o rebelde Coré de azul e dourado, as cores do clã della Rovere, e bem ao fundo retratou dois barcos: um naufragado, representando Roma, e um outro navegando tranquilamente, com a bandeira de Florença orgulhosamente tremulando no seu topo. No quadro das Tentações de Cristo, ele inseriu o amado carvalho de Sisto em dois lugares: um junto a Satanás quando este é desmascarado, e outro cortado e pronto para ser queimado no Templo.

Biagio d’Antonio, outro filho orgulhoso de Florença, não queria ser deixado para trás. No seu painel, a Separação das Águas do Mar Vermelho, ele mostra o mau faraó usando as cores da família Rovere e uma construção de aparência suspeita, semelhante à própria capela, sendo tragada pelas águas vermelhas revoltas. A nova capela, ainda chamada de Palatina, foi consagrada na festa da Assunção de Maria em 15 de agosto de 1483. O papa, orgulhoso, oficiou a cerimônia mas estava totalmente desconhecedor da grande quantidade de insultos secretos contra ele. Faleceu um ano mais tarde, feliz, mas sem saber que Lorenzo conseguira ridicularizar a sua intenção de fazer da capela um serviço à egolatria papal.

Visto em retrospectiva, é surpreendente notar o quanto os primeiros artistas puderam agir livremente dentro da Capela Sistina. Entretanto, o verdadeiro mestre das mensagens ocultas surgiria uma geração mais tarde: Miguel Ângelo, e com muito mais a dizer.

Este mestre realizou uma grande obra na Capela Sistina com a ideia de transmitir uma mensagem de tolerância e amor universal e, ao mesmo tempo, vingar-se do papa Júlio II que fora sobrinho de Sisto IV. Assim, onde Júlio II queria uma imagem de Jesus Cristo, Miguel Ângelo pintou Zacarias, o homem que alertou para existência de sacerdotes corruptos e incentivou os judeus a reconstruir Jerusalém. O artista colocou a cara de Júlio II na figura de Zacarias e vestiu-o com um manto azul e ouro , cores da família do pontífice, e não resistiu a pintar por detrás da figura dois pequenos anjos fazendo um gesto obsceno na nuca do visado.

Na pintura de Adão e Eva, no Pecado Original, quem apanha o fruto proibido é Adão e a serpente tem braços e pernas , tal como é descrito no Midrash hebreu. Na arca de Noé, esta é representada como uma grande caixa e não como um barco, exatamente como é descrita na Tora; estão ainda representados dois homen , de gatas, vestidos com as cores dos cidadãos de Roma, numa forma pura de humilhação.

No grande mural do altar mor, conhecido como Juízo Final, Miguel Ângelo pinta a Virgem Maria como que incomodada com a atitude do Filho para com os pecadores. Neste enorme mural foram incluídos rostos de personagens conhecidos na época como opositores à classe dirigente da Igreja. Num ato de rebeldia, pintou-se a ele próprio na figura de S. Bartolomeu, numa espécie de assinatura que era proibida aos pintores da época. Podemos ainda dizer que para retratar o pecado da avareza pintou um homem com uma bolsa de dinheiro à cintura e junto dela duas chaves cruzadas imitando o emblema do Vaticano, numa crítica mordaz ao Papa Júlio II.